29 de set. de 2011

FIM DOS TEMPOS

Muito temos ouvido que o mundo vai acabar. Cada um aponta formas diferentes, datas diferentes, lugares diferentes. A televisão, então, dedica atenção especial ao tema. O que as pessoas ainda não se deram conta é que este mundo já vem se acabando há tempos; há anos; há décadas. Observamos tal fato de diversas maneiras, em diversos meios sociais, englobando inúmeras faixas-etária, e ambos os sexos. Está em tudo e em todos os lugares, basta ter olhos de ver.

Depressão! Nunca presenciamos tantas pessoas buscando livros de autoajuda, médicos especialistas, remédios, terapias. Pessoas ainda jovens que não viveram nem metade das adversidades das que os nossos pais ou avós viveram, mas sentem profunda dificuldade em (sobre) viver. Pessoas que se entristecem simplesmente por não terem o corpo da Gisele, nem o dinheiro do Gates e nem o poder da Dilma.

Suicídio! Não está tudo perfeito? Não tenho o emprego que eu queria, não tenho todo dinheiro que almejo, não tenho o carro do ano, não tenho o namorado perfeito, não tenho, não tenho... Pronto, me mato e está tudo resolvido! E isso vem acontecendo cada vez mais cedo. Meninas de 15 anos que se matam porque o menino de 14 que ela ama não lhe dá atenção e meninos de 15 anos que se matam porque os pais não conseguem dar a roupa da moda que seus amigos usam e ele quer.

Drogas! Elas sempre existiram e isso é fato! Mas ela nunca foi tão usada, tão divulgada, tão propagada. Assim como o suicídio, se não está tudo perfeito, usa drogas para esquecer a vida. Se estiver tudo maravilhoso, também usa drogas para comemorar. Se tiver ou não tiver motivos, usamos drogas. E crescem as clínicas de reabilitação; e cresce o número de overdoses; e cresce a quantidade de famílias em desespero; e cresce um mal ainda sem limites.

Limites! Perdemos a noção do que é ter limites. Desde cedo damos tudo aos nossos filhos e não ensinamos a eles que, mesmo que tenhamos, não é tudo que devemos dar, pois a vida nos diz muitos nãos. E crescemos sem ensiná-los e sem conhecer os nossos próprios limites e os dos outros. Não conseguimos compreender onde termina o nosso espaço e começa o dos outros. Não respeitamos mais o nosso próprio corpo, nossa mente e nosso coração. Não somos capazes nem ao menos de refletir sobre a nossa falta de limite conosco e com o mundo.

Educação! Hoje educar os nossos filhos é dar tudo que eles querem, pois senão eles fazem birra, choram ou ameaçam se matar. Fora que se inverteram os papéis, pois hoje cabe à escola educar os sujeitos. Cabe à escola ensinar os conteúdos curriculares, os valores morais e espirituais, observar as dificuldades de aprendizagem e de convivência, resolver os conflitos, enfim, aos pais cabe pegá-los no final do dia após 10 horas na instituição e, sem generalizar, reclamar do que a escola não fez pelos seus filhos. E colocar a culpa nela pelas coisas de ruim e de mal que acontece.

Família! Instituição completamente desestruturada e muitas sem papéis definidos. É a irmã mais velha casada com o primo de segundo grau que cuida do irmão mais novo. É a avó que cuida da neta que é filha da terceira mulher do filho dela. Não se respeita mais esse núcleo, os laços criados e gerados. Tudo é motivo de separação! As famílias não tentam mais se manter unidas, não tentam se compreender, se amar, se aceitar, se ajudarem mutuamente. E isso vale para pais e filhos: pais que não se suportam, filhos que agridem os pais, pais que espancam seus filhos. E isso tudo se reflete nos jovens, que cada vez menos querem formar a sua própria família. E isso reflete na sociedade.

Relacionamentos! Pergunto-me todos os dias: o que é um relacionamento amoroso nos dias atuais? Acabou romantismo, carinhos, companheirismo, lealdade, fidelidade, compromisso, trocas, afeto, amor. Isso tudo está completamente fora de moda! As pessoas não querem mais envolver-se e entregar-se, pois isso fere, machuca, exige renuncias e mudanças. E é muito mais fácil sair hoje com alguém, matar a carência afetiva e sexual, e continuar a vida do jeito que estava (uma dor de cabeça a menos) do que envolver-se e criar um vínculo com outro ser. Amizades só se forem de conveniência. Enquanto está servindo somos os melhores amigos, mas se não está servindo mais, descarta e pula para o próximo! Contamos nos dedos quantas pessoas realmente são nossas amigas e estão a todos os momentos do nosso lado. A palavra da vez em todos os relacionamentos é liberdade!

Tempo! Não temos tempo para mais nada. Essa é a nossa desculpa para nãos nos envolvermos com outros seres e assumir compromissos e responsabilidades. Não temos tempo para escutar um amigo que não está bem, não temos tempo para ir a um hospital levar um sorriso para tantos doentes, não temos tempo para cuidar do nosso espírito, não temos tempo para ler um bom livro, não temos tempo... Ou melhor, só temos tempo para as coisas que realmente nos interessa e que grande parte das vezes estão relacionadas ao ter, nunca ao ser.

Jesus! Falar de Jesus é dar a cara a tapa e ser motivo de chacota. Esquecemos dos principais ensinamentos do nosso Mestre: caridade, amor, perdão. Esquecemos de tudo que Ele ensinou através de suas atitudes. Esquecemos que Ele sim deve ser exemplo de condutas e comportamentos. Não nos permitimos sequer ter uma conversa honesta com Ele, pois nos dirigimos a Ele somente nas horas de dificuldades e grande parte das vezes para culpá-lo de nossas faltas e irresponsabilidades. Viver em Cristo hoje é estar fora de moda, é estar desatualizado das tendências mundiais, é ser brega e cafona.

Se continuarmos enumerando o fim dos tempos, teríamos não uma postagem num blog, mas um livro. São tantas mortes, tantos relacionamentos terminados, tantas doenças psicossomáticas, tanto desemprego, tantas falências, tanta solidão, tanta carência, tanta incompreensão, tanta busca por coisas que não se sabem nem o que são e para que são... É um vazio enorme na vida de todos! As pessoas perderam suas identidades e esqueceram o que realmente importa. E nós ainda estamos esperando o Armagedon acontecer em 2012! Que ilusão a nossa hein...

Ele realmente pode acontecer e eu acredito que vá acontecer! Não para destruir o mundo da forma como todos pregam e acreditam piamente, mas, para mais uma vez, chamar a atenção das pessoas para a necessidade de abrirmos nossas mentes, nossos corações e mudarmos o rumo das nossas vidas. Vivemos desenfreadamente buscando o material, o ter, o aparecer, o desfrutar. E vamos levar ele para algum lugar quando o fim do mundo realmente se concretizar? Vamos pegar nossa poupança e abrir um banco no céu? Vamos levar o nosso carro para podermos passear no paraíso (ou não, né?!)? Vamos levar conosco as bebidas e os cigarros cultivados nos bares da vida? Eu, particularmente, acredito que não!

Então, se o mundo acabar hoje, o que levaremos daqui? Levaremos os bens que fizemos aos outros. Levaremos o amor daquelas pessoas que nos dedicamos e se dedicaram a nós. Levaremos o sorriso daquele irmão que compartilhamos alguns minutos do nosso dia ouvindo-o. Levaremos o agradecimento de outro irmão que pôde evoluir junto conosco. Levaremos a alegria de ter dividido a nossa vida de forma integral com o mundo. Levaremos o brilho do sol e da lua que nós nos lembramos de agradecer todos os dias.  Levaremos o que fomos, o que cremos, o que vivemos, o que sentimos. É a nossa essência que irá conosco, não as nossas posses.

Tudo que está sendo construído externamente um dia acabará. Agora o que está sendo construído internamente com muito esforço, luta, força de vontade e perseverança, nem o tempo, nem as pessoas, nem chuvas, nem vendavais, nem tempestades, nem guerras, nem decepções, nem mortes, nem fim do mundo e nem nada são capazes de destruir.

É difícil? Sim! Exige muito de nós! Mas, é o único caminho e nunca é tarde para aprendê-lo! Nunca é tarde para aprender a perdoar, a se entregar, a amar. Nunca é tarde para renunciar, para compreender o próximo, para ser caridoso. Nunca é tarde para praticar a honestidade, a lealdade e o companheirismo. Nunca é tarde para ter fé, esperança e confiança em Deus. Nunca é tarde para evoluir, pois mesmo que não conseguirmos aprender agora, neste mundo e neste momento, sempre teremos novas chances de recomeçar e sempre contaremos com a presença de Deus em nossas vidas. Como diz nosso Chico Xavier, somos seres espirituais vivendo experiências carnais, e estas, mais cedo ou mais tarde, se findarão para voltar ao que realmente somos: sementes da Criação Divina! Portanto, criados para o bem e o amor! ISSO sim é inevitável...

VIVIANE VASQUES
22-09-2011

20 de set. de 2011

ABRIGO ÍNTIMO

"Deus tem inúmeras formas de falar conosco. ELE demonstra a sua presença e nos fornece respostas às nossas inquietações de inúmeras formas: um sentimento bom, uma pessa que chega e nos acolhe, uma palavra que nos edifica, um gesto que nos levanta. Enfim, poderíamos ficar aqui o dia todo listando como Deus está presente em nossas vidas, mas, como somos ainda tão pequenos e tolos, teimamos em não notá-lo. Às vezes até achamos que cremos Nele, mas é só a tempestade chegar que já nos esquecemos. Ao ler está mensagem, obtive a resposta das diversas questões que tenho levado para Deus diante das situações que tenho vivido ultimamente. Esta mensagem veio como uma cachoeira que lavou a minha alma e me acordou para a vida. Pois é, eu ainda sou muito falha; ainda preciso praticar minha fé; ainda preciso acreditar mais nos planos divinos; ainda preciso aprender a confiar mais em mim. Mas, acima de qualquer coisa, eu ainda preciso aprender sentir a presença de Deus na minha vida e dentro de mim (e não nas coisas externas) e, a partir daí, construir o meu abrigo íntimo, o qual me protegerá de todas as chuvas, trovoadas, vendavais. Peça e obterais; busca e acharás; questione e aguarde, pois a resposta de nossas orações chegam, talvez não da forma como pedimos, mas com toda certeza da forma como necessitamos. Que esta mensagem possa auxiliar outros corações assim como auxiliou o meu!"




Pedes abrigo no tumulto que habitualmente aparece diante das grandes renovações. Entretanto, as possibilidades para o levantamento de semelhante refúgio estão em ti mesmo.

Rememora a proteção sob a qual vieste ao Plano Físico. De nada dispunhas, além do amor com que te acolheram, no entanto, não te faltou apoio para o crescimento nem luz bastante para que se te clareassem os pensamentos.

Relaciona os empréstimos da vida com que o mundo te vinculaste: oportunidades que te honraram; afetos que te surgiram; meios que obtiveste; lições que te enobreceram. Soma as bençãos que te enriquecem e pensa na aplicação respectiva que se te pede para a elevação do futuro.

Constrói, por dentro do próprio ser, o abrigo de entendimento que solicitas, no qual possas desfrutar segurança e irradiá-la de ti.

Agradece a tarefa que a vida te concebeu.

Trabalha confiando no êxito do bem.

Usa os patrimônios da vida sem desperdiçá-los.

Não retenhas vantagens com evidente prejuízo dos outros.

Se erraste, corrige-te sem precipitação em desespero.

Não admitas o fracasso por perda definitiva e sim por ensinamento necessário ao triunfo.

Aceita os outros como são sem violentar-lhes o modo de ser e sem permitir que te destruam as realizações e os ideais.

Segue o teu próprio caminho, compreendendo e amando sempre.

Assume as responsabilidades com que te deves conduzir, sem qualquer intromissão no comportamento alheio.

Participa da existência, ofertando as tuas atividades ao montante do benefício comum.

Não te retardas em sombras de ressentimento ou irritação, contra experiências de que ainda precisas.

Segue adiante, pensando no bem, falando no bem, agindo no bem e edificando para o bem, sem perder o tesouro das horas.

E suceda o que suceder, estarás em segurança, porque assim reconhecerás que a segurança inviolável em nós é a presença de Deus.

FONTE: Livro Busca e Acharás, de Francisco Cândido Xavier pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz

3 de set. de 2011

RENOVAÇÃO


Todos os dias milhares de pessoas entram e saem das nossas vidas por meio do nosso emprego, nossos estudos, nossos lazeres, nossas redes sociais, nossos centros religiosos, nossas amizades. Algumas chegam tão de mansinho que nem percebemos. Outras já chegam arrebatando nossas vidas e mostrando para que vieram. Às vezes chegam em tempos de campos floridos e sol radiante; às vezes em meio às chuvas e trovoadas. Mas, que elas chegam e, inevitavelmente, vão embora, isso é fato!

Um ser pode chegar nas nossas vidas somente para nos dizer uma frase que nos mostrará um caminho diferente e desaparecer logo em seguida. Pode ser que um outro ser permaneça alguns dias por perto, pois com este se faz necessário um tempo maior de convivência. Acontece também de pessoas passarem anos e mais anos juntas e acabarem se distanciando por motivos diversos. E nós ainda não conseguimos compreender o porquê dessas idas e vindas. Sofremos, nos martirizamos, nos questionamos o porquê de relações terminarem (e começarem) a todos os instantes.

Uma coisa tenho certeza: esse processo de idas e vindas acontece por algum motivo, pois o acaso não existe. Não é por acaso que namoramos uma pessoa e não outra; não é por acaso que nos tornamos amigos de um e não do outro; não é por acaso que temos a família que temos. E esse motivo, que muitos custam a compreender, possivelmente é uma lição que precisamos aprender ou ensinar, algo que precisamos compartilhar com estas pessoas.

É assim que Deus nos ajuda a todo momento, colocando outros seres no nosso caminho como instrumentos para que Suas lições sejam aprendidas; para que possamos evoluir. No entanto, nós sempre optamos por achar que o outro ser é que não nos valoriza, ou que Deus é impiedoso, ou que fizemos algo de errado, ouuuuu... E acabamos sempre indo em busca de respostas nas coisas negativas e nunca optamos por enxergar as positivas.

É pelo nosso egoísmo, vaidade e apego a matéria que ainda somos incapazes de compreender tal processo; que somos incapazes de deixar ir um ser que nos auxiliou e que nos fez tão bem, mas que necessita seguir seu caminho. É por estes nossos defeitos que não compreendemos que tudo e todos têm um tempo determinado juntos e que pode ser que este tempo não seja prorrogado. E é assim que queremos as pessoas de qualquer jeito ao nosso lado, a qualquer custo, não importa! Somos incapazes, ainda, de ver outro ser feliz longe de nós; incapazes de aceitar que este outro ser tem seu livre arbítrio para estar em outro lugar, com outras pessoas, vivendo novas situações. E somos, mais ainda, incapazes de compreender a Bondade Divina de nos proporcionar momentos de convivência com outras pessoas que, seja da forma que for, sempre haverá trocas de ensinamentos. E nunca as deixamos ir...

Aceitar as separações, seja ela de que espécie for, não é uma das tarefas mais fáceis de cumprir. Aceitar que não podemos viver eternamente ao lado de todas as pessoas que surgem na nossa vida é algo muito superior ao nosso entendimento. Mas, precisamos nos esforçar para compreender e aceitar isso, caso contrário viveremos revoltados contra Deus e as pessoas; viveremos pensando que fomos passados para trás, que não fomos valorizados, que não fomos amados e que as pessoas não merecem o nosso amor, nosso respeito e a nossa confiança.

Este ser, que um dia tivemos o privilégio de desfrutar momentos juntos e que hoje não faz mais parte da nossa vida, possivelmente está fazendo parte de outra e de alguma forma auxiliando a outros corações e outras mentes, assim como recebendo novos auxílios. Viver significa permitir-se novas experiências, novos momentos, novas convivências e, inevitavelmente, novas mudanças e transformações. Se o que amamos hoje amanhã não amarmos mais, é natural. Se um certo alguém é especial hoje, amanhã outro certo alguém também o será. Deixar livre as pessoas, especialmente aqueles que amamos de verdade, é uma das provas de amor e caridade que podemos dar aos outros e a nós mesmos.

Os caminhos de todos se cruzam por algum motivo e se distanciam por tantos outros. Devemos sim viver cada relacionamento de forma intensa, honesta, sincera e com amor e respeito, mas compreender que as partidas fazem parte do processo evolutivo da vida e de cada ser individualmente. Se uma porta se fechou hoje, acredite que amanhã uma janela se abrirá; e ela realmente irá se abrir, pois Deus não desampara nenhum dos seus filhos.

Portanto, acredite que Deus sempre tem planos melhores para cada um de nós, que podem não ser exatamente os mesmos que desejamos e sonhamos, e que mesmo que a dor da despedida seja forte, a alegria de uma nova chegada mostrará que sempre há uma nova chance, um novo caminho, uma nova vida a viver, novos ensinamentos a serem trocados. Sempre haverá tempos de renovação, basta que estejamos com nossos corações receptivos para as novas chegadas e amparados com as saídas!

Viviane Vasques
03/09/2011