3 de set. de 2011

RENOVAÇÃO


Todos os dias milhares de pessoas entram e saem das nossas vidas por meio do nosso emprego, nossos estudos, nossos lazeres, nossas redes sociais, nossos centros religiosos, nossas amizades. Algumas chegam tão de mansinho que nem percebemos. Outras já chegam arrebatando nossas vidas e mostrando para que vieram. Às vezes chegam em tempos de campos floridos e sol radiante; às vezes em meio às chuvas e trovoadas. Mas, que elas chegam e, inevitavelmente, vão embora, isso é fato!

Um ser pode chegar nas nossas vidas somente para nos dizer uma frase que nos mostrará um caminho diferente e desaparecer logo em seguida. Pode ser que um outro ser permaneça alguns dias por perto, pois com este se faz necessário um tempo maior de convivência. Acontece também de pessoas passarem anos e mais anos juntas e acabarem se distanciando por motivos diversos. E nós ainda não conseguimos compreender o porquê dessas idas e vindas. Sofremos, nos martirizamos, nos questionamos o porquê de relações terminarem (e começarem) a todos os instantes.

Uma coisa tenho certeza: esse processo de idas e vindas acontece por algum motivo, pois o acaso não existe. Não é por acaso que namoramos uma pessoa e não outra; não é por acaso que nos tornamos amigos de um e não do outro; não é por acaso que temos a família que temos. E esse motivo, que muitos custam a compreender, possivelmente é uma lição que precisamos aprender ou ensinar, algo que precisamos compartilhar com estas pessoas.

É assim que Deus nos ajuda a todo momento, colocando outros seres no nosso caminho como instrumentos para que Suas lições sejam aprendidas; para que possamos evoluir. No entanto, nós sempre optamos por achar que o outro ser é que não nos valoriza, ou que Deus é impiedoso, ou que fizemos algo de errado, ouuuuu... E acabamos sempre indo em busca de respostas nas coisas negativas e nunca optamos por enxergar as positivas.

É pelo nosso egoísmo, vaidade e apego a matéria que ainda somos incapazes de compreender tal processo; que somos incapazes de deixar ir um ser que nos auxiliou e que nos fez tão bem, mas que necessita seguir seu caminho. É por estes nossos defeitos que não compreendemos que tudo e todos têm um tempo determinado juntos e que pode ser que este tempo não seja prorrogado. E é assim que queremos as pessoas de qualquer jeito ao nosso lado, a qualquer custo, não importa! Somos incapazes, ainda, de ver outro ser feliz longe de nós; incapazes de aceitar que este outro ser tem seu livre arbítrio para estar em outro lugar, com outras pessoas, vivendo novas situações. E somos, mais ainda, incapazes de compreender a Bondade Divina de nos proporcionar momentos de convivência com outras pessoas que, seja da forma que for, sempre haverá trocas de ensinamentos. E nunca as deixamos ir...

Aceitar as separações, seja ela de que espécie for, não é uma das tarefas mais fáceis de cumprir. Aceitar que não podemos viver eternamente ao lado de todas as pessoas que surgem na nossa vida é algo muito superior ao nosso entendimento. Mas, precisamos nos esforçar para compreender e aceitar isso, caso contrário viveremos revoltados contra Deus e as pessoas; viveremos pensando que fomos passados para trás, que não fomos valorizados, que não fomos amados e que as pessoas não merecem o nosso amor, nosso respeito e a nossa confiança.

Este ser, que um dia tivemos o privilégio de desfrutar momentos juntos e que hoje não faz mais parte da nossa vida, possivelmente está fazendo parte de outra e de alguma forma auxiliando a outros corações e outras mentes, assim como recebendo novos auxílios. Viver significa permitir-se novas experiências, novos momentos, novas convivências e, inevitavelmente, novas mudanças e transformações. Se o que amamos hoje amanhã não amarmos mais, é natural. Se um certo alguém é especial hoje, amanhã outro certo alguém também o será. Deixar livre as pessoas, especialmente aqueles que amamos de verdade, é uma das provas de amor e caridade que podemos dar aos outros e a nós mesmos.

Os caminhos de todos se cruzam por algum motivo e se distanciam por tantos outros. Devemos sim viver cada relacionamento de forma intensa, honesta, sincera e com amor e respeito, mas compreender que as partidas fazem parte do processo evolutivo da vida e de cada ser individualmente. Se uma porta se fechou hoje, acredite que amanhã uma janela se abrirá; e ela realmente irá se abrir, pois Deus não desampara nenhum dos seus filhos.

Portanto, acredite que Deus sempre tem planos melhores para cada um de nós, que podem não ser exatamente os mesmos que desejamos e sonhamos, e que mesmo que a dor da despedida seja forte, a alegria de uma nova chegada mostrará que sempre há uma nova chance, um novo caminho, uma nova vida a viver, novos ensinamentos a serem trocados. Sempre haverá tempos de renovação, basta que estejamos com nossos corações receptivos para as novas chegadas e amparados com as saídas!

Viviane Vasques
03/09/2011

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